O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta terça-feira (8) que aguarda um contato da China para avançar em um acordo comercial, com o objetivo de evitar uma escalada na disputa tarifária entre os dois países. Por meio de sua rede social, Trump demonstrou otimismo ao afirmar que um entendimento “vai acontecer”.
“A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu o presidente americano.
A declaração surge após dias de crescente tensão. Na segunda-feira (7), Trump ameaçou aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre todos os produtos importados da China, caso o país asiático não suspendesse a taxa de 34% imposta sobre produtos americanos. A medida chinesa havia sido uma retaliação direta à tarifa inicial de 34% que Trump aplicou a bens chineses na semana anterior. Se todas as tarifas anunciadas forem implementadas, a carga tarifária total sobre produtos chineses pode atingir 104%.
Apesar da sinalização de Trump em favor de um acordo, a China tem mantido uma postura firme em seus comunicados recentes. O Ministério do Comércio chinês afirmou que o país “vai revidar até o fim” caso Washington continue impondo novas tarifas. No entanto, também reconheceu que “não há vencedores em uma guerra comercial ou uma guerra tarifária” e que “o protecionismo não oferece saída”.
Paralelamente à disputa com a China, o governo Trump segue negociando com outros parceiros comerciais dentro de seu plano de “tarifas recíprocas”, anunciado no início de abril. Apesar de manter a aplicação das medidas, Trump declarou na segunda-feira estar aberto a negociar os percentuais, dando prioridade a nações com as quais os Estados Unidos mantêm boas relações bilaterais.
Exemplos dessas tratativas incluem conversas com a Coreia do Sul, onde, segundo Trump, assuntos além do comércio também estão sendo abordados, e com o Japão. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, demonstrou otimismo quanto às negociações, afirmando que elas podem resultar na redução de tarifas para países que não retaliaram contra as ações americanas.
A possibilidade de avanço nas conversas comerciais trouxe alívio aos mercados financeiros internacionais nesta terça-feira. As principais bolsas da Ásia fecharam em forte alta, com o índice Nikkei, do Japão, subindo mais de 6%. Na Europa e nos Estados Unidos, os principais índices acionários também operavam com ganhos relevantes. No Brasil, o dólar apresentava queda e era cotado abaixo de R$ 5,90, enquanto o Ibovespa registrava alta.
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