O número de turistas estrangeiros caiu 65% entre janeiro e junho de 2020, com 440 milhões de viajantes a menos em comparação com o mesmo período do ano anterior, devido ao impacto da pandemia causada pelo novo coronavírus, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 15, pela Organização Mundial do Turismo (OMT). De acordo com o Barômetro do Turismo Mundial da OMT, na primeira metade deste ano foi registrada uma “queda sem precedentes” no setor devido ao fechamento de fronteiras adotado por muitos países, além de outras medidas implementadas para conter o avanço da Covid-19 que restringiram viagens, principalmente as internacionais.
As estatísticas indicaram, ainda, que, apenas em junho, o número de turistas despencou 93% em comparação com o mesmo mês de 2019. No entanto, a OMT ressaltou que, em setembro, vários destinos voltaram a abrir as portas para turistas estrangeiros e que 53% deles diminuíram as restrições antes impostas para combater o vírus. A entidade internacional afirmou que a queda na demanda por viagens internacionais no primeiro semestre de 2020 resultou em prejuízos de cerca de US$ 460 bilhões em receitas no setor, uma perda cinco vezes maior do que a registrada durante a crise econômica global de 2009.
Além disso, apesar da reabertura gradual de destinos desde a segunda metade de maio, não houve um aumento significativo no número de turistas estrangeiros durante a alta temporada de verão no hemisfério norte, entre junho e setembro. Todas as regiões e sub-regiões do mundo registraram quedas superiores a 50% durante o primeiro semestre de 2020, mas a Ásia-Pacífico, a primeira a ser impactada pela propagação da Covid-19, foi a mais prejudicada, com uma diminuição de 72% da quantidade de viajantes estrangeiros no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Enquanto isso, no nordeste asiático, os números chegaram a despencar 83%. A Europa, por sua vez, foi a segunda região mais afetada do mundo, com uma retração de 66% no número visitas de turistas vindos de outros países entre janeiro e junho de 2020. Dentro do continente europeu, a região mediterrânea meridional foi a mais impactada, com uma queda de 72% em comparação com o primeiro semestre de 2019. Nas Américas, a queda registrada foi de 55%, enquanto a África e o Oriente Médio apresentaram uma redução de 57%. A OMT prevê que a demanda por viagens, assim como a confiança dos consumidores, se mantenham baixas durante o segundo semestre de 2020.
QUEDA DE CERCA DE 70% EM 2020
Em maio, a organização havia feito um esboço de três possíveis cenários que apontavam quedas entre 58% e 78% no número de turistas internacionais durante todo o ano de 2020. As tendências durante o mês de agosto indicaram uma baixa na demanda mais próxima de 70%, principalmente agora que alguns destinos estão reintroduzindo medidas de restrição. A OMT estima que ocorrerá uma mudança nessa tendência a partir de 2021, com a retirada gradual e progressiva das medidas de restrições a viagens e a distribuição de uma vacina ou o surgimento de novos tratamentos para a Covid-19. Mesmo assim, a previsão é de que a recuperação do setor, até alcançar novamente números semelhantes aos registrados em 2019, demore entre dois e quatro anos.
*Com informações da Agência EFE
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