As empresas de ônibus dizem que o uso dos coletivos não deve ser associado ao aumento de casos da Covid-19 no Brasil. Um estudo da NTU, associação que representa as viações, foi divulgado nesta quarta-feira, 16, com os dados de 171 municípios. O diretor técnico da entidade diz que o levantamento conclui que só há duas formas de contágio possíveis: por gotículas de secreções ou por contato direto com superfícies lotadas de carga viral. Dessa maneira, André Dantas alega que a taxa contaminação dentro dos ônibus é desprezível. ” Muitos usuários têm na cabeça que o contato físico entre um passageiro e outro provoca a contaminação. Isso não existe”, afirma. A pesquisa aponta o argumento de que o risco do transporte público deve ser considerado como o de ambientes como supermercados, restaurantes e escritórios.
O presidente da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho, justifica que, desde que respeitados os protocolos de segurança, o passageiro não deve temer entrar em um ônibus. “A conscientização da sociedade de como é que o contágio se dá minimizaria muito a possibilidade das pessoas se contaminarem em ambientes coletivos”, afirma. O médico infectologista Edimilson Migowski pondera que a transmissão do coronavírus pode se dar por diversas formas. E que o contágio é mais propício em ambientes fechados. “O contato da mão contaminada com olhos, boca e nariz é uma forma importante, assim como o contato próprio, sem que as pessoas estejam com máscara, espirrando, falando ou tossindo. E no ambiente com grandes aglomeração, como um transporte público super lotado, é um fator de risco para a transmissão do coronavírus”, explica. Apesar dos dados da NTU, o Sindicato dos Motoristas dos Transportes Públicos de São Paulo aponta uma outra face da pandemia para esses trabalhadores. Até o dia 31 de agosto, 74 profissionais morreram por coronavírus apenas na capital paulista, com 302 casos no total.
*Com informações do repórter Vinícius Nunes
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