Soumya Swaminathan alertou que futura vacina não será capaz de controlar sozinha a pandemia e que países precisarão de um ‘pacote de intervenções’. Pessoas usam máscara de proteção contra o novo coronavírus no centro de Madri nesta sexta-feira (18)
Manu Fernandez/AP
A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, afirmou nesta segunda-feira (21) que uma vacina contra a Covid-19 com 50% de eficácia será capaz de ajudar a conter a pandemia.
“Uma vacina com 50% de eficácia ainda poderia ser eficaz”, afirmou Swaminathan.
Porém, “uma vacina com menos de 30% talvez não seja muito eficaz, não alcançaremos o nível de imunidade pretendido”, explicou a cientista-chefe da OMS.
No caso da futura vacina contra o coronavírus não se aproximar dos 100% de eficácia, ela precisará ser usada pelos países de maneira estratégica.
“Então, teremos dois cenários: uma vacina a ser usada como prevenção e outra a ser usada em surtos”, disse Swaminathan.
“Precisamos ver [a solução] como um pacote de intervenções para que a pandemia seja controlada, incluindo o lado da prevenção, dos tratamentos e dos diagnósticos”, alertou a cientista-chefe.
Mais de 200 vacinas são testadas contra o coronavírus e, segundo a OMS, 9 dessas candidatas fazem parte do portfólio da aliança global Covax, que garantirá a compra e distribuição da vacina contra a Covid-19 aos países membros.
Covax começará os trabalhos
Ainda na coletiva de imprensa desta segunda-feira (21), a OMS anunciou que a Covax começará os trabalhos nos próximos dias.
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O CEO da Vaccine Alliance, órgão que colidera a iniciativa Covax junto com a OMS, Seth Berkley, explicou que, nos próximos dias, os países membros assinarão os termos do acordo. Segundo o CEO, o número de adesão à iniciativa foi menor do que o anunciado anteriormente.
“Mais de 156 economias trabalharão juntas para garantir a vacina por meio da Covax”, informou Berkley, afirmando que, mesmo que abaixo da expectativa de adesão, esta é a primeira vez que 64% dos países se unem para garantir uma vacina ao mundo.
Até o dia 14, cerca de 170 países haviam anunciado o interesse em entrar para a Covax, entre eles, o Brasil.
Berkley informou que outros 38 países confirmarão nos próximos dias se de fato irão aderir à Covax. “Eles ainda não aderiram, mas demonstraram interesse em aderir.”
“Em seguida [aos acordos assinados com os países membros], na próxima fase dos trabalhos, começaremos a assinar os acordos formais com os produtores e desenvolvedores das vacinas”, disse o CEO da Vaccine Alliance.
“A Covax está aberta para começar a funcionar agora”, garantiu o líder do Acelerador ACT, Bruce Aylward, que também colidera a Covax.
Doses a serem garantidas
A Diretora do Departamento de Imunização e Vacina da OMS, Kate O´Brien, afirmou explicou que ainda não há um número exato de doses que serão compradas, uma vez que a aliança precisa primeiro ter certeza de quantos países irão aderir à Covax, mas que o objetivo é adquirir ao menos 2 bilhões de doses.
“A quantidade de dois bilhões de doses se baseia em vacinas que precisam de duas doses”, informou O´Brien.
Até o momento, a Covax já garantiu, segundo Berkley, 850 milhões de doses.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, lembrou que, muitas das candidatas que fazem parte do portfólio da Covax ainda podem fracassar, contudo.
“Quatro de cada cinco vacinas não chegam à sua comercialização, então precisaremos de muito mais acordos para chegar ao número de doses que queremos”, explicou Tedros.
Até esta segunda, o mundo registrou mais de 958 mil mortes por coronavírus e quase 31 milhões de casos confirmados em 216 países de acordo com a OMS.
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