Conheça o substituto de Deltan Dallagnol na força-tarefa da Lava Jato

Após o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná anunciar sua saída depois de 6 anos à frente das investigações, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou Alessandro José Fernandes de Oliveira para o posto. Ao sair, o Deltan alegou questões de saúde familiar. Oliveira é procurador da República desde 2004 e atua na Procuradoria da República no Paraná desde 2012, sendo o membro mais antigo. Segundo o MPF, ele tem experiência no combate ao crime organizado, corrupção e lavagem de dinheiro e, desde janeiro de 2018, integra o Grupo de Trabalho Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR). Enquanto membro do MPF, pertenceu ao Conselho Penitenciário do Paraná, foi coordenador de Controle de Gestão Pública e atuou com o procurador regional Eleitoral entre 2013 e 2017.

Deltan ainda permanecerá como integrante da força-tarefa durante o período de 15 dias para auxiliar na transição do cargo. “Com a troca, Deltan, que solicitou período de 15 dias para auxiliar na transição, deve assumir o ofício de Alessandro”, diz a nota do MPF desta terça-feira, 1º. Oliveira é graduado em Segurança Pública pela Academia Policial Militar do Estado do Paraná e, em 2002, se formou em Direito pela Universidade Federal do Paraná. É mestre em Direito das Relações Sociais pela UFPR e professor em disciplinas com ênfase no Direito Criminal e Processual Penal desde 1996. O procurador também é professor nas disciplinas de persecução patrimonial e administração de bens na Escola Superior do Ministério Público da União.

Ao anunciar Oliveira como substituto de Deltan, os integrantes da força-tarefa afirmaram que os trabalhos da Lava Jato continuarão. “Os integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato no Paraná agradecem Deltan Dallagnol pela imensa contribuição prestada ao combate à corrupção e se solidarizam com o seu momento pessoal, ao tempo em que expressam apoio e confiança a Alessandro Oliveira. Os trabalhos na força-tarefa prosseguirão da mesma forma como nos últimos anos”. Em julho, a Operação Lava Jato recebeu duras críticas do procurador-geral da República, Augusto Aras, que afirmou que a força-tarefa de Curitiba era uma “caixa de segredos”. Durante uma transmissão ao vivo em um debate virtual, ele chegou a defender uma correção nos rumos da operação para que o “lavajatismo não perdure”. Os integrantes da força-tarefa no Paraná repudiaram as declarações de Aras e as classificaram como “ataques genéricos e infundados”.

A força-tarefa e a Lava Jato

Apenas à primeira instância de Curitiba foram apresentadas 119 denúncias e firmados 49 acordos de delação premiada, fruto dos trabalhos da força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Mais de 160 pessoas foram condenadas em primeira e segunda instância no estado. A Operação Lava Jato já devolveu R$ 4 bilhões aos cofres públicos e mais de R$ 2 bilhões foram arrecadados em multas decorrentes de acordos de colaboração.

Outros R$ 12,4 bilhões foram através de multas decorrentes de acordos de leniências – firmados com empresas envolvidas em corrupção. Foram mais de 160 pedidos de prisão temporária e 130 de prisão preventiva. Segundo o MPF, 138 acordos de colaboração firmados na Lava Jato foram homologados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em atuação conjunta com a PGR.

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