O que realmente aconteceu com Ronaldo na final da Copa de 98? Veja o que Vampeta respondeu

Vinte e dois anos se passaram, mas o mistério ainda existe: o que realmente aconteceu com Ronaldo antes da final da Copa do Mundo de 1998? Amigo pessoal do Fenômeno, Vampeta não havia sido convocado para aquele torneio, mas foi questionado sobre o assunto na edição desta semana do “Pergunte ao Vampeta”, do Grupo Jovem Pan, e contou o que acha que ocorreu. Segundo o Velho Vamp, o ex-atacante não comenta sobre o assunto com nenhum ex-companheiro, mas o que se fala no “meio da bola” é que ele sofreu uma convulsão no hotel da Seleção horas antes da decisão do Mundial, entre Brasil e França, no Stade de France, em Saint-Denis.

“Eu sou amigo do Ronaldo. Tive a oportunidade de jogar com ele no PSV Eindhoven, da Holanda, na Inter de Milão, da Itália, e na Seleção Brasileira. Também convivi muito com o Ronaldo aqui em São Paulo, quando ele veio para o Corinthians, e, por incrível que pareça, ele não toca no assunto”, revelou Vampeta. “Ninguém pergunta, também. Mas o que dizem no meio da bola é que foi uma convulsão, e que deu até aquele negócio de o Lídio Toledo, que era o médico da Seleção, perder o direito de ser médico por causa desse caso. Mas o Ronaldo quase não comenta sobre esse assunto”, acrescentou o ex-volante.

Até hoje, não há nenhuma resposta conclusiva sobre o que realmente aconteceu com Ronaldo antes da final da Copa do Mundo de 1998. O que se sabe é que ele realmente passou mal no hotel da Seleção a poucas horas do jogo contra a França. A tese mais aceita sobre o caso é a de que o jogador, então com 21 anos e prestes a disputar a primeira decisão de Mundial da carreira como titular, teve uma crise nervosa, de ansiedade e, por isso, colapsou. Há também quem defenda que o atacante sofreu um choque anafilático em reação a uma infiltração de xilocaína que teria feito para abrandar dores no joelho direito, mas essa hipótese já foi negada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Em entrevista concedida à revista FourFourTwo em março, o próprio Fenômeno falou sobre o ocorrido. “Eu decidi dar uma descansada depois do almoço e a última coisa que me lembro é de deitar na cama. Depois disso, tive a convulsão. Acordei rodeado pelos jogadores e pelo Dr. Lídio Toledo. Eles não queriam me contar o que tinha acontecido”, relembrou. “Eu perguntei a eles se poderiam sair do quarto e ir conversar em outro lugar, porque eu queria dormir. Aí o Leonardo me levou para fazer uma caminhada no jardim do hotel e me explicou toda a situação. Ele me disse que eu não iria ser escalado para a final da Copa”, acrescentou.

O que mudou até a hora do jogo foi que os exames médicos mostraram que o jogador não tinha nada de anormal, ou seja, que tinha condições de atuar normalmente. “Era como se nada tivesse acontecido”, definiu Ronaldo. “Depois disso, a gente foi para o estádio, e o Zagallo havia dito que eu não jogaria. Eu estava com o resultado do exame na minha mão, e o Dr. Lídio Toledo me deu sinal verde para jogar. Aí eu cheguei no Zagallo no estádio e disse: ‘eu estou bem. Não estou sentindo nada. Aqui estão os exames e está tudo bem. Quero jogar’”.

O Fenômeno também admitiu que “forçou” o treinador a escalá-lo entre os titulares. “Eu não dei alternativa ao Zagallo. Ele não teve escolha a não ser aceitar a minha decisão. E então eu joguei. Só que talvez eu tenha afetado o time todo, porque minha convulsão certamente foi algo assustador. Não é algo que você vê todos os dias. Em todo caso, eu tinha um dever com o meu País, e não queria perder esse jogo. Eu tinha a minha honra, e sentia que deveria jogar. É claro que não foi uma das melhores partidas da minha carreira, mas eu estava lá para cumprir meu dever”, completou, ciente de que não teve um bom desempenho na derrota da Seleção por 3 a 0.

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