O governador do Estado de São Paulo, João Doria, declarou que a possibilidade do governo federal furar o teto de gastos pode significar um desastre econômico sem precedentes. “Se Bolsonaro seguir nessa linha para manter seu populismo, ele coloca o Brasil em um desastre econômico que pode ser classificado como irreversível. Ele coloca em risco seu próprio governo, foi isso que colocou em risco o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Espero que ele siga as recomendações do ministro Paulo Guedes.”
Em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan, Doria lembrou que conhece o ministro da Economia há 35 anos — bem antes da vinculação política de ambos — e teceu elogios ao liberal. “Temos uma relação afetiva e de muito respeito. Paulo Guedes é um liberal, de fato, com excelente formação em Chicago no Brasil”, disse. O governador destacou que Guedes está “insatisfeito e desconfortável” em relação ao pedido de demissão de seus ex-secretários Salim Mattar e Paulo Uebel, que aconteceram na última terça-feira (11). Na ocasião, o ministro da Economia classificou a situação como “debandada” em sua pasta.
Em relação a pesquisa do Datafolha divulgada na noite da quinta-feira (13), que mostrou a maior aprovação do governo Bolsonaro desde início do governo e uma queda em sua reprovação, João Doria disse que isso se deve, em boa parte, a implementação do auxílio emergencial. “Isso obviamente influi no fato da pesquisa apontar crescimento positivo na imagem do presidente”, disse. O político, no entanto, afirmou não torcer pelo mal de Jair Bolsonaro ou do Brasil. “Torço para que os dirigentes sejam honestos, corretos e façam a coisa certa.”
João Doria, que assim como Bolsonaro contraiu a Covid-19, destacou que está assintomático, cumprindo a quarentena sem tomar cloroquina ou qualquer outro medicamento e não ter ideia de onde se contaminou. Em sua avaliação, a atuação de todos os governadores diante da pandemia foi ideal. “Se não fossem as quarentenas, teríamos hoje mais de 500 mil pessoas em óbito. As quarentenas salvaram vidas, as medidas restritivas ajudaram a salvar vidas. Não foi o comportamento de Bolsonaro. O presidente foi negacionista, não usou máscara, promoveu aglomerações, não estimulou o isolamento social e recomendou cloroquina sem comprovação científica.”
Em relação à CoronaVac, a vacina produzida em parceria pelo Instituto Butantã e o laboratório chinês Sinovac, o tucano afirmou que a previsão é o fim da terceira fase de testes no fim de outubro. Assim, a partir de dezembro ela já estaria disponível no SUS para imunizar da população. Seguindo esse cronograma, estão previstas 60 milhões de doses divididas igualmente entre dezembro de 2020 e janeiro, fevereiro e março de 2021. “Não estamos fazendo corrida pela vacina, mas sim pela vida. Não é competição para ver quem chega primeiro”, finalizou.
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