Covid-19: qual o risco de contágio que cada atividade oferece?


Gráfico feito por especialistas americanos avalia possibilidade de se expor ao vírus fazer coisas como abrir cartas ou frequentar cultos religiosos com mais de 500 fiéis. Especialistas americanos identificaram quais seriam as possibilidades de que as pessoas possam se expôr ao Sars-cov-2 em atividades cotidianas.
Getty Images via BBC
Um gráfico da Associação Médica do Texas (TMA, na sigla em inglês) se tornou viral nos Estados Unidos e no Reino Unido ao apontar os diferentes graus de risco de contágio por covid-19 que atividades cotidianas oferecem.
A tabela foi elaborada por um grupo de 14 médicos da força-tarefa de covid-19 e do Comitê de Doenças Infecciosas da TMA. São especialistas em saúde pública, epidemiologia e infectologia.
“É um gráfico feito para o Texas, mas pode ser usado em outros países. Temos que considerar as diferenças nas realidades de cada lugar, é claro, mas também há muitas coisas que são semelhantes”, disse à BBC News Brasil o médico John Carlo, especialista em saúde pública e membro da TMA, que participou da elaboração da tabela.
Ir à academia de ginástica, frequentar bares e cultos religiosos com mais de 500 fiéis estão entre as atividades mais arriscadas.
Confira abaixo:
Especialistas americanos identificaram quais seriam as possibilidades de que as pessoas possam se expôr ao Sars-cov-2 em atividades cotidianas.
BBC
Como o ranking foi feito?
As atividades receberam notas de 1 (menos arriscada) a 10 (mais arriscada) de acordo com os seguintes critérios: se eram realizadas em área interna ou externa; a proximidade de outras pessoas; o tempo de exposição ao vírus; a probabilidade de manter as práticas de prevenção contra o vírus, como o uso da máscara, e o risco pessoal — ou seja, a possibilidade de que uma pessoa seja infectada enquanto realiza a atividade.
Para todas as atividades da lista, os médicos assumiram que os participantes estariam usando máscaras, mantendo uma distância de pelo menos dois metros de pessoas que não são familiares e lavando as mãos sempre que possível.
“Este é o resultado de um esforço coletivo e subjetivo, é o ponto de vista de um grupo de médicos que tinham que responder como essas atividades se comparam uma à outra em termos de risco. Mas só a própria pessoa pode saber as condições em que vai praticar cada atividade e determinar o risco total”, disse John Carlo.
É o caso dos shoppings e praias, que aparecem na mesma categoria. Mesmo que um shopping normalmente seja um ambiente fechado, o que está sendo frequentado pela pessoa pode ser espaçoso e bem ventilado, permitindo manter o distanciamento social. E a praia em questão, mesmo sendo um espaço aberto, pode estar abarrotada.
O médico também ressalta que até o risco de um mesmo tipo de negócio pode variar de acordo com a realidade de cada local.
“O melhor exemplo, para mim, é o item ‘ir ao salão de beleza ou à barbearia’. Aqui temos salões em que você é o único cliente, tudo é bem limpo, e as duas pessoas podem usar máscaras. O risco aí é menor do que em um salão onde há muitas pessoas juntas”, afirma.
“É preciso usar o bom senso sobre o cenário em que você vai praticar cada atividade. Nosso gráfico é um bom guia, mas as pessoas têm que analisar seus próprios casos.”
Casos no Texas
O governo do Texas causou polêmica nos Estados Unidos ao ser um dos primeiros a anunciar a reabertura de sua economia e a retomada das atividades normais, em maio.
No mês de julho, durante o verão americano, o Estado chegou a ter uma média semanal de 10 mil novos casos, um dos índices mais altos de infecções por covid-19 nos país.
Agora, a taxa de novas infecções no Texas é considerada em declínio, de acordo com um levantamento do jornal The New York Times, usando dados oficiais.
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