Defesa de Witzel se reúne nesta quinta para discutir próximos passos após STJ manter afastamento

Os advogados de Wilson Witzel vão se reunir nesta quinta-feira (3) para decidir os próximos passos da defesa após o Superior Tribunal de Justiça manter o afastamento do ex-juiz do governo do Rio de Janeiro. Por 14 votos a 1, o STJ confirmou a decisão do ministro Benedito Gonçalves, que havia afastado Witzel por suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção no sistema de saúde do Estado. A defesa de Witzel contestava o fato de o afastamento ter sido determinado por um único magistrado.O caso foi analisado pela Corte Especial do tribunal, composta por 15 ministros. No julgamento de mais de cinco horas, o ministro Benedito Gonçalves disse que medidas de urgência precisavam ter sido tomadas: “No voto, eu coloquei a competência e por que da urgência? Até mesmo o pacote anticrime excepciona a oitiva quando tem a urgência.”

O ministro Francisco Falcão citou vários elementos que comprovariam as denúncias e acompanhou o voto do relator: “Os fatos são graves, merecem apuração e no momento em que vivemos, de pandemia em que já tivemos mais de 120 mil vítimas, é impossível que alguém que esteja sendo investigado possa continuar a exercer um cargo tão importante, de maior estado do RJ.”  O ministro Sérgio Kukina chegou a defender a prisão preventiva de Witzel, pedida pelo MPF: “Embora tenha sim recebido 4 ou 5 milhões de votos, recebeu esses sufrágio apra governar com decência e parece que não é o que vem acontecendo.”  O pedido  de prisão acabou rejeitado pela maioria. O único a votar contra a manutenção do afastamento foi o ministro Napoleão Nunes Maia Filho: “Não se ouviu o indiciado. (..) Tenho a impressão que não apenas estamos recebendo a denúncia, mas condenando.”

Logo após a confirmação do resultado, o governador afastado Wilson Witzel disse no Twitter que respeita a decisão do STJ, mas reafirmou “jamais ter cometido atos ilícitos”. Em nota, o governador em exercício, Claudio Castro, “reafirmou o compromisso de conduzir o Estado do Rio de Janeiro com serenidade, diálogo e austeridade”. Castro “reiterou o desejo de que o governador Wilson Witzel tenha todo direito de defesa plenamente garantido”. Agora, o STJ vai decidir se acolhe ou não a denúncia contra Witzel apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Só então, Witzel viraria réu no processo.

*Com informações do repórter Leonardo Martins

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