Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, desta segunda-feira (31), o deputado Juscelino Filho (DEM-Maranhão), que é o presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, explicou o trâmite para que seja analisada a cassação da deputada Flordelis, acusada pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia do Rio de Janeiro de ter arquitetado o assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo. “Todo mundo acha que qualquer representação vai direto para o Conselho de Ética, mas apenas as que são formuladas pelos partidos, que são despachadas pela mesa, é que o conselho começa a atuar. Quando dá por parte de um parlamentar, como no caso de Flordelis, a mesa deve primeiro encaminhar para a corregedoria da Casa, que analisa e avalia se vira representação e quando a Justiça provoca a casa, quem analisa primeiro é a CCJ, como não estamos com as comissões, não estão funcionando [devido à pandemia], deve ir a Plenário. A gente vê a gravidade, mas não temos como atuar diretamente, formalmente não chegou nada para a Comissão de Ética.”
A deputada federal Flordelis tem enviado, para outro parlamentares e membros da bancada feminina na Câmara dos Deputados e no Congresso, apelos para que não seja cassada. Em mensagens enviadas pelo whatsapp, Flordelis faz pedidos para que não seja cassada da função de deputada, alegando que não tem qualquer tipo de envolvimento com o crime. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, já afirmou que a deputada será desfiliada do partido. Segundo o presidente do Conselho de Ética, casos como o da deputada fazem com que debates sejam reacesos: “Debate do foro [privilegiado] já vem de muito tempo, tem evoluído. No que tange o caso da deputada, é a questão da imunidade parlamentar que inviabiliza a prisão. É essa que difere do foro, que foi retomada a discussão. Quando se tem um caso polêmico como esse é natural que discussões como essa floresçam.”
“Eu como presidente e coordenador não acho que cabe a mim me manifestar, conselheiros vão avaliar o caso e emitir opinião. Se caso der empate, eu, aí sim, terei que votar. Naturalmente enxergamos que o caso é muito grave, mas espero que chegue ao conselho para que possamos atuar e tomar todas as medidas possíveis”, afirmou o deputado a respeito de revelar sua posição a favor ou contra sobre o caso.
Flordelis é pastora e, junto com Anderson do Carmo, administrava igrejas evangélicas na região metropolitana no Rio de Janeiro. Segundo Ministério Público, a gestão dessas finanças teriam motivado a morte de Anderson. Flordelis estaria insatisfeita, segundo as informações apuradas, com a gestão dos recursos, que era de competência do pastor. Inicialmente, ainda no ano passado, dois filhos da deputada foram presos e acusados de envolvimento direto no crime, um biológico e outro adotivo. Um deles teria comprado a arma usada no assassinato e o outro, filho biológico, seria o autor dos mais de 30 disparos. Na semana passada, a polícia prendeu mais cinco filhos e uma neta de Flordelis acusados de envolvimento no assassinato de Anderson do Carmo.
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