Diminuição da renda na pandemia impacta alimentação de crianças e adolescentes

Contas não param de chegar. A crise causada pela pandemia acertou em cheio a renda da auxiliar de serviços gerais, Adriana Aparecida Soares, de 42 anos. A moradora do bairro Vila Itaberaba, na zona norte de São Paulo, está desempregada desde o início de março. Sem fonte de renda a mãe de 4 filhos se vira como pode. Como muitos brasileiro,s ela ainda não conseguiu ter acesso ao auxílio emergencial do governo, e tem sobrevivido com as doações que consegue no bairro. Famílias como a da Adriana, que possuem jovens de até 17 anos, foram as mais impactadas desde o início da pandemia, segundo dados da pesquisa “impactos primários e secundários da Covid-19 em crianças e adolescentes”, feita pelo Unicef. O ibope ouviu 1.516 pessoas pelo telefone, em todo o país. Desse total, 55% dos entrevistados revelaram que sofreram queda no orçamento familiar. Já as famílias que possuem crianças e adolescente dentro de casa a queda chegou a 63%.

O estudo apontou ainda que famílias que fazem parte desse perfil, sofreram mudanças negativas na alimentação, sendo que alimentos industrializado ganharam mais espaço nas mesas dos brasileiros. Ao todo, cerca de 31% das casas com que moram crianças e adolescentes passaram a consumir mais alimentos industrializados, enquanto na casa onde moram apenas adultos, o aumento ficou na casa dos 18%. O ibope também mostrou que 21% dos entrevistados passou pelo aperto de ver os armários e a geladeira esvaziarem e não ter dinheiro para repor. Em casas com crianças e adolescentes, o percentual chegou a 27%.

*Com informações da repórter Hanna Beltrão

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