Eleições 2020: O desafio da zeladoria para o próximo prefeito de São Paulo

Calçada quebrada, rua esburacada, árvore caída. Embora esses problemas estejam por toda a cidade, é nas regiões mais afastadas do centro que eles se concentram. Para a urbanista Angélica Benatti Alvim, o próximo prefeito de São Paulo deveria se preocupar reverter essa situação. “Eu diria que em uma política de médio e longo prazo é urgente uma maior atenção e uma ação estruturante nas periferias”, diz. O Alfredo Tamarindo é motorista de aplicativo e também tem essa percepção. “Tem alguns bairros aqui da cidade que está em estado de calamidade pública, que não tem a mínima condição de você passar com o carro, tem mais buraco do que via”, afirma.

Um dos alvos mais comum de reclamações na cidade de São Paulo são as calçadas. Embora a manutenção seja de responsabilidade do proprietário do imóvel, a prefeitura tem que fiscalizar. Desde 2012, as calçadas não podem ter degraus, nem mato. Também não deveriam ter buracos, que muitas vezes são causados pelo crescimento das árvores. A urbanista Angélica Benatti Alvim não concorda com a legislação das calçadas que está em vigor. “Eu acredito que essa política deveria ser repensada. A calçada ela deveria ser responsabilidade do poder público porque poderíamos ter uma padronização das calçadas, poderíamos ter investimentos mais adequados, como a utilização de materiais mais adequados.”

O Rogério de Lima é investidor, morava no Rio de Janeiro e se mudou para a São Paulo há um mês. Ele conta que não esperava encontrar a cidade desse jeito. “No primeiro momento eu me assustei porque tem muita rua aqui com as calçadas muito esburacadas, mas tem outros lados mais conservados. Lá pro lado do Jardins está mais conservado, pra cá está meio estranho”, afirma. Outro problema que diz respeito à zeladoria é a poda e a remoção de árvores. Todo ano, as cenas se repetem. No período das chuvas, a queda de árvores prejudica não só a circulação na cidade, como também coloca a vida de paulistanos em perigo. O urbanista Vinicius Andrade explica que o problema, muitas vezes, está no tipo de árvore que é plantada. “O nosso parque arbóreo, a grande maioria dele, está composto por espécies que não são apropriadas para o meio urbano. Então são árvores de crescimento rápido, então em uma gestão o camarada planta uma árvore e quatro anos depois ela já está aparecendo.”

*Com informações da repórter Nicole Fusco

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