“Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte”, disse Lula

Em vídeo publicado durante o feriado da Independência, nesta segunda-feira, 7, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil vive um dos piores momentos da história. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aproveita “o sofrimento coletivo para sorrateiramente cometer um crime de lesa-pátria”. Ao dizer que seria possível evitar “tantas mortes” pela pandemia, o ex-presidente criticou “a substituição da direção do Ministério da Saúde por militares sem experiência médica ou sanitária”.

Ainda em relação ao enfrentamento à Covid-19, Lula afirmou que o país está à mercê de um “governo insensível, irresponsável e incompetente que desrespeitou normas da Organização Mundial da Saúde (OMS)”. Para o ex-presidente, a atual gestão “converteu o coronavírus em uma arma de destruição em massa”. “Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte”, destacou.

Políticas ambientais na Amazônia

A condução das atuais políticas ambientais de preservação da floresta Amazônica também foi alvo de críticas de Lula durante a transmissão. Segundo ele, é necessária a presença de cientistas, antropólogos e pesquisadores para “estudar a fauna e a flora e empregar esse conhecimento na farmacologia, na nutrição e em todos os campos da ciência respeitando a cultura e a organização social dos povos indígenas”.

Dados do sistema Deter – do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia – apontam que o desmatamento nas áreas protegidas da floresta atingiram 1.008 km2 entre agosto de 2019 e julho deste ano, representando uma alta de 40% em relação aos 12 meses anteriores.

Protestos nos EUA, América Latina e eleições 2018

Além da pandemia e Amazônia, Lula tratou de assuntos como os protestos por equidade racial nos Estados Unidos, a relação com países vizinhos na América Latina e as eleições de 2018. Segundo ele, as elites conservadoras brasileiras “aceitaram como natural a fuga de Bolsonaro dos debates, derramaram rios de dinheiro na indústria das fake news, fecharam os olhos para seu passado aterrador e fingiram ignorar o discurso em defesa da tortura e apologia pública em defesa do estupro”. O ex-presidente ainda concluiu dizendo que “as eleições de 2018 jogaram o Brasil em um pesadelo que não parece ter fim”.

* Com Estadão Conteúdo

 

 

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