‘Há consenso de que houve falta de transparência da OMS’, diz Nestor Forster

“Há um consenso de que houve falta de transparência da Organização Mundial da Saúde (OMS)“, afirmou nesta quarta-feira, 23, em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster Junior, cuja indicação foi aprovada ontem pelo Senado. Forster comentou o discurso do presidente norte-americano, Donald Trump, que pediu na Assembleia Geral da ONU que as Nações Unidas responsabilizem a China pela pandemia de Covid-19. “A OMS, virtualmente controlada pela China, declarou falsamente que o vírus não era transmitido entre humanos”, lembrou Trump. “As Nações Unidas precisam responsabilizar a China pela doença”, continuou.

Para Forster, algumas informações transmitidas pela OMS durante a pandemia “causaram dúvidas”. “Há uma preocupação com a pandemia, que afetou o mundo inteiro, e teve umas informações que causaram dúvidas sobre a OMS. Há um consenso de que houve falta de transparência da organização, e não se sabe ainda os números reais e o que o governo chinês fez em relação a pandemia, o que foi criticado pelo presidente americano. Esperamos que isso seja esclarecido e que a OMS esteja à altura dos desafios que se apresentam, principalmente em relação a pandemia”, afirmou.

O embaixador comparou, ainda, as relações que o Brasil têm com os dois países, tanto com os EUA, quanto com a China. Segundo ele, a “opção já foi feita”. “O Brasil tem uma relação robusta com os EUA e com a China. Temos uma relação comercial muito forte com a china, isso é muito bem vindo e não tem porque ser questionado. Agora, a nossa relação com os EUA é suis generes [única]. O Brasil tem com os EUA as relações diplomáticas mais longas, foi o primeiro país que reconheceu a independência do Brasil. Essa ligação nunca rompeu. É uma relação escudada em um leito mais profundo de valores compartidos, da democracia, do respeito ao estado de direito, tanto nos EUA quanto no Brasil”, disse.

Forster foi indicado à embaixada pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro do ano passado após o governo desistir de emplacar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, para o cargo. O parlamentar não conseguiu apoio suficiente para virar embaixador.

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