Hamilton Mourão: ‘Não irei concorrer contra Bolsonaro em 2022’

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou, durante entrevista de estreia do programa “Direto ao Ponto”, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 28, que “não irá concorrer sob hipótese nenhuma contra Jair Bolsonaro. E completou: “Por enquanto, eu estou pronto para apoiar Bolsonaro caso ele seja candidato em 2022″. Mourão, que teve algumas discordâncias com o presidente desde o início do mandato, fez questão de deixar clara a sua lealdade ao mandatário. “Se qualquer tipo de forças externas viessem me pedir o impeachment dele, eu colocaria porta afora da minha casa. Lealdade é algo que eu prezo muito”, afirmou. Sobre o relacionamento dos dois, o general disse que foi se adaptando ao longo do tempo, até entender que o seu papel é “ser o ala”. “Tem o líder e o ala, eu sou o ala. Tenho que saber as manobras do meu líder para poder acompanhá-lo. Muitas vezes não é bem explícito, mas foi o que procurei fazer, adaptar a minha visão às necessidades do presidente.”

Para ele, Bolsonaro foi eleito para fazer as reformas necessárias de forma a “retirar o Brasil do atraso que nos colocamos”. “Somos um país há 40 anos amarrado na armadilha da renda básica, com problemas fiscais sérios, baixíssima produtividade e uma desigualdade enorme que precisa ser vencida”, afirmou. Questionado sobre qual reforma, entre as quais o governo pretende fazer, considera essencial, o general elencou como prioridade a tributária. “Para mim é a reforma tributária. Ela e os gatilhos do teto de gastos, porque não podemos furar o teto.”

O vice-presidente afirmou ainda que, “o mito Lula foi vencido em 2018”, quando o ex-presidente, impedido de se candidatar, lançou Fernando Haddad (PT), que acabou perdendo para Bolsonaro. “Eu acho que Lula já cumpriu sua parte nesse latifúndio que temos no Brasil. Para mim, ele é história já.” Na opinião do general, “as lideranças mundiais hoje são fracas”, principalmente em comparação com líderes do período da Segunda Guerra Mundial, como Winston Churchill e Charles De Gaulle. “No Brasil, a população não aceita líderes duros e autoridade. Quando você vê a imposição da lei nos Estados Unidos, é dura. A liderança aqui precisa motivar as pessoas, ser inspiradora e adequada à mentalidade e realidade do nosso país. Um líder duro não vai conseguir vingar aqui no país. O Bolsonaro procura ter uma liderança onde traz aquelas percepções do povo brasileiro. Ele é alguém que vem do povo, ele não é da elite. A liderança aqui tem que saber o caminho da água para poder convencer”, finalizou.

O programa “Direto ao Ponto” é apresentado por Augusto Nunes. A atração vai ao ar todas as segundas-feiras, às 21h30, e receberá um convidado por semana, que será sabatinado durante uma hora e meia. A veiculação será no Panflix , na rádio e no site da Jovem Pan. O “Direto ao Ponto” é um programa de entrevistas e contará com mais quatro jornalistas na bancada. Ao vivo, com uma hora e meia de duração, ele irá promover debates sobre temas relevantes, com tom jornalístico, sem perder a imparcialidade e a credibilidade. Na estreia, Mourão foi sabatinado por Leda Nagle, Roberto Cabrini, Thais Oyama e Guilherme Fiuza.

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