Laboratórios russos descartam envenenamento de opositor de Putin

Dois laboratórios na Rússia que examinaram amostras de sangue do líder oposicionista, Alexei Navalny, descartaram a presença de vestígios de veneno no organismo dele, segundo informou nesta segunda-feira, 24, Anatoly Kalinichenko, vice-diretor do Hospital de Emergências nº1, em Omsk, na Sibéria. “Sustentam que não identificaram substâncias químico-tóxicas que poderiam ser interpretadas como venenos ou derivadas”, segundo explicou, em entrevista coletiva, o médico da primeira unidade que tratou o político, que foi transferido para Berlim, na Alemanha, no sábado. Kalinichenko garantiu que o possível envenenamento foi uma das primeiras hipóteses consideradas pela equipe médica que tratou Navalny. “A equipe da ambulância que levou o paciente também pensou nessa possibilidade”, explicou o médico, segundo declarações retransmitidas pelo YouTube.

O diretor do Hospital de Emergências nº 1 de Omsk, Alexandr Murakhovsky, garantiu que foi graças “ao grande esforço dos médicos russos” que a vida de Navalny foi salva e que a transferência para a Alemanha, a pedido da família, foi feita após o estado de saúde do político, que está em coma, se apresentar estável. “Os colegas alemães são muito gratos a nós e e também não têm dúvidas de que a vida do paciente foi salva”, disse o chefe da unidade, rechaçando a ideia de conflito entre os médicos de diferentes nacionalidades.

Navalny chegou ao sábado ao aeroporto de Tegel, em Berlim, a bordo de um avião médico, e de lá foi transferido para o hospital universitário de La Charité, também na capital alemã. Apoiadores acreditam que o líder oposicionista foi envenenado por um chá que tomou no aeroporto de Tomsk, onde embarcou em um voo para Moscou. A aeronave teve que fazer um pouso de emergência em Omsk na quinta-feira passada devido ao desmaio repentino do político. Nesta segunda-feira, o governo da Rússia negou que o presidente do país, Vladimir Putin, tenha participado das conversas sobre a transferência de Navalny para a Alemanha, conforme apontaram vários veículos de imprensa. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o assunto “não é incumbência” do chefe de Estado.

*Com informações da Agência EFE

Compartilhe