Mais de 3 mil mulheres são vítimas de violência doméstica e sexual em 2019 em Cuiabá


Número representa um aumento de 4% se comparado a 2018. Na maioria dos casos, as vítimas relatam que não há motivos para a violência. Violência contra a mulher tem aumento em Cuiabá
RPC/Reprodução
A Delegacia da Mulher de Cuiabá atendeu 3.022 vítimas de violência doméstica e sexual em 2019, conforme dados do Anuário divulgados pela Polícia Civil nessa quinta-feira (20). Esse número representa um aumento de 4% se comparado a 2018, quando foram registradas 2.914 ocorrências.
De acordo com a polícia, o mês de novembro foi o período com mais procedimentos, chegando a 305. Já o dia da semana com mais número de ocorrências é a quarta-feira, com 15,7%, o que representa 464 ocorrências registradas, seguido pela segunda-feira, com 15,1%.
Os dados apontam ainda que o período da noite é quando ocorre a maioria dos casos de violência contra a mulher.
Na Delegacia da Mulher, 936 (31,6%) ocorrências foram registradas entre 18h e 23h59. Se somados às ocorrências da madrugada (8,9%), esse percentual alcança mais de 40% dos registros.
Conforme o Anuário 2019, o crime de ameaça continua sendo o de maior incidência entre as denúncias registradas na Delegacia da Mulher de Cuiabá, com 58,9%, seguido por injúria, que representa 54,4% e lesão corporal, com 16,5%.
A partir do momento em que o descumprimento de medidas protetivas foi tipificado criminalmente, conforme a Lei 13.641/2018, que alterou dispositivos da Lei Maria da Penha, esse crime passou a figurar nas estatísticas e o fato deve ser comunicado pela vítima na Delegacia, quando um novo inquérito policial é instaurado e, imediatamente, comunicado ao juiz sobre a quebra da medida.
Sem motivo
De acordo com o levantamento e os atendimentos realizados pela equipe da delegacia, não há elemento que possam potencializar a prática da violência contra a mulher.
A polícia informou que os registros com o campo da motivação ‘a apurar’ chegam a 58%, seguido pela motivação ‘passional’, com 25,9%.
Para a delegada e coordenadora da Câmara Temática de Defesa da Mulher da Sesp-MT, Jozirlethe Criveletto, a maioria das vítimas não indica que tenha havido um motivo para a prática da violência. Segundo ela, o machismo é o fator principal considerado pela vítima, seguido de sentimentos como ciúmes, posse e pertencimento.

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