Marcelo Tas reafirma fala polêmica: ‘Não existe Marcelo Adnet em Cuba’

O apresentador Marcelo Tas reforçou, em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan, nesta quinta-feira (20), a fala polêmica sobre o humor em Cuba. Ele participou do programa “Roda Viva“, da TV Cultura, na segunda-feira (17), e disse ao entrevistado Marcelo Adnet que não existia humor no país caribenho por causa da falta de liberdade de expressão. “Não existe Marcelo Adnet em Cuba porque não há liberdade de expressão lá”, disse Tas hoje. Ele se surpreendeu com a repercussão da fala porque acredita ter dito algo óbvio. “Há uma dificuldade de enxergar o óbvio. O óbvio é que em Cuba não há liberdade de expressão”, continuou.

Apesar da fala sobre Cuba ter sido a mais repercutida, Tas revelou qual foi a resposta de Adnet que realmente o incomodou. “Foi dizer que nesse momento no Brasil só é possível ser de esquerda. Discordo radicalmente, esse governo nem é de direita, é de uma brutalidade somente”, disse o jornalista. Ele ainda afirmou que só orientou o artista da Globo a não assumir uma posição política. “Um humorista nunca deveria se posicionar, isso contamina a arte, contamina a forma de fazer humor. Foi essa a minha crítica”, explicou. “Falo a mesma coisa para o Danilo Gentili: quando ele se posiciona como de direita, contamina a verve.”

Depois da polêmica no “Roda Viva”, Marcelo Tas foi muito criticado nas redes sociais. Um dos críticos foi Rafinha Bastos, ex-companheiro do jornalista no “CQC“, que disse que o apresentador era o “velho da Havan”, em referência ao empresário Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. “O Rafinha já fez piadas mais engraçadas”, ironizou. “Eu sou velho, não é uma piada. Tenho 60 anos, me sinto bem com minha idade. Espero que o Rafinha se sinta bem com a dele”, continuou.

Governo Bolsonaro

Ainda na entrevista, Tas fez duras críticas ao governo Bolsonaro, que ele considera autoritário. “O atual governo fala em nome do povo e é autoritário”, disse. O jornalista rechaçou a ideia de que o conservadorismo é predominante na sociedade. “O povo brasileiro não tem nada de conservador, faz parte de uma democracia em construção. A democracia brasileira ainda não é relevante, é frágil, e um dos responsáveis é o senhor Jair Messias Bolsonaro”, prosseguiu, lembrando das homenagens que o presidente fez a Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército e reconhecido como torturador durante a Ditadura Militar. “Não se pode elogiar um torturador sabendo que o Brasil sofreu um massacre na Ditadura”, lamentou.

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