O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou em entrevista exclusiva ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 14, que “sequer poderíamos falar em furar o teto de gastos” ao defender a disponibilização de cerca de R$ 5 bilhões para investimentos. Segundo ele, “há um falso dilema” sobre a discussão de gastar a mais do que o governo arrecada. “Eu sou a mesma pessoa que votou o pelo teto de gastos, e sou a pessoa que sempre teve responsabilidade fiscal, mas estamos vivendo um momento de excepcionalidade. O que estamos defendendo é que uma parte ínfima desse recurso fosse disponibilizado para investimentos, R$ 5, R$ 6 bilhões, de um déficit de R$ 800 bilhões que teremos neste ano”, afirmou, lembrando que o período de calamidade pública termina no dia 31 de dezembro.
O ministro disse que em 2021 o orçamento público será o menor dos últimos 20 anos, devido a perda de arrecadação e aumento dos gastos com a pandemia da Covid-19. Por isso, de acordo com ele, precisará haver uma discussão no Parlamento para decidir onde colocar os recursos que sobrarem nos gastos discricionários. “Eu defendo que as regras de administração fiscal permaneçam as mesmas, o teto de gastos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a regra de ouro. Mas vamos precisar fazer outras reformas, como a administrativa e a tributária. Essa curva de gastos vai continuar ascendente pelos próximos anos, até estabilizar”, disse Marinho.
Ele ainda comemorou o “êxito” do governo de Jair Bolsonaro, que segundo pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira, está com a melhor avaliação desde o começo do mandato. “O governo está tendo sucesso e isso incomoda. Hoje há uma espécie de lugar comum em se fazer uma crítica com contradições. Se Bolsonaro não vai ao Nordeste reclamam, se ele vai é obra eleitoreira. Eu tenho entregas para mostrar, ainda nesse mandato fizemos a maior reforma paramétrica da previdência em todo o hemisfério ocidental”, afirmou o ministro. “O governo é assertivo, tem método, objetivo e uma linha muito clara, os recursos estão sendo aplicados para o povo”, continuou.
Marinho disse, ainda, que tem expectativas de aprovação de mais reformas no futuro, de uma reformulação de um programa habitacional do governo, e ainda de aumentar o valor do Bolsa Família. De acordo com ele, a ideia é incorporar os milhões de invisíveis que foram contemplados pelo auxílio emergencial de R$ 600 ao Bolsa, e aumentar o pagamento. “Queremos que no pós pandemia haja uma segurança social e financeira para que a sociedade possa crescer”, afirmou.
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