‘Nem no regime militar tivemos atitudes fascistas’, defende General Heleno

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, se defendeu nesta segunda-feira, 28, sobre as acusações de que o governo seria “fascista”, muitas vezes proferidas pela oposição. Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, Heleno justificou que “nem no regime militar houve atitudes fascistas” por parte do governo brasileiro, já que o Exército lutou ao lado dos aliados, que eram contra os regimes de Adolf Hitler e Benito Mussolini. “[Na ditadura] Tentamos preservar ao máximo nossas convicções democráticas, as Forças Armadas saíram naquele período totalmente afastadas da política e continuam apolíticas e apartidárias até hoje, defendendo todos os princípios constitucionais”, afirmou o general.

Ele disse que já conversou “inúmeras vezes” com o presidente Jair Bolsonaro sobre “essas tentativas de carimbá-lo de fascista”, e que isso causa revolta no governo. “Bolsonaro será o maior atingido se a democracia for atingida. Ele é o que mais defende a democracia”, alegou Heleno. O ministro, que é bastante ativo nas redes sociais, criticou as investigações que miram as fake news, e afirmou que seria “muito difícil de fiscalizar”. “Isso está se encaminhando para uma agressão à liberdade de expressão. É quase impossível fiscalizar fake news, se outras coisas muito mais simples não conseguimos fiscalizar imagina fake news. Isso tem que ficar por conta de quem se sentir ofendido partir com ações judiciais. É inviável não só no Brasil, mas no mundo todo, o governo conseguir ter esse papel de fiscalizar tudo que é publicado nas redes sociais”, comentou.

Serviço de inteligência

Em relação ao relatório elaborado pelo ministério da Justiça e Segurança Pública com informações sobre servidores públicos ligados a movimentos de oposição a Bolsonaro, Heleno afirmou que é necessário que o governo tenha acesso a dados legais. “Estamos vivendo uma deturpação da missão da inteligência, precisamos ter acesso a dados legais para chegar a informações que são levadas ao nosso maior cliente que é o Presidente da República, para dar mais condições que ele tome decisões acertadas”, disse.

Segundo ele, essas informações já estão disponíveis, e muitas vezes auxiliam o acesso a investigações abertas pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal. Para o general, o maior desafio do sistema de inteligência brasileiro é se transformar em algo integrado, em que não haja desconfiança entre os órgãos. “É uma atividade ciumenta, porque não é fácil dentro da legalidade colher aquilo que você precisa levar para o seu cliente, que neste caso é o presidente. Nosso desafio é transformar em algo integrado, de forma que não haja desconfiança entre os órgãos”.

Compartilhe