Tal pai, tal filho! Dupla é presa em Vitória acusada de golpe na venda de imóveis

Segundo a polícia, Paulo Giuberti, de 63 anos, e Luam Giuberti, de 19, fecharam vários negócios usando uma procuração de 2010 e assinada por uma pessoa morta em 2007

Pai e filho suspeitos de estelionato foram presos, na manhã desta terça-feira (12), acusados de aplicarem vários golpes na Grande Vitória. Paulo Fernando Giuberti Marques, de 63 anos, e Luam Fernando Giuberti Marques, de 19, foram detidos em casa, em Jardim Camburi, Vitória, por policiais da Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa), com o apoio da Superintendência de Polícia Especializada.

No local onde eles foram presos, a polícia encontrou vários contratos de imóveis. Muitos deles, segundo a delegada Rhaiana Bremenkamp, responsável pelo caso, foram adquiridos por meio de uma procuração com data de 2010, mas assinada por uma pessoa morta em 2007. De acordo com as investigações, os dois teriam vendido mais de 150 lotes, com uso de procurações falsas.

No entanto, esse não era o único recurso utilizado por pai e filho para adquirir imóveis. Segundo a polícia, Luam é conhecido, em um bairro da Serra, como “Xerifão” e teria o hábito de expulsar famílias de casa. Além disso, de acordo com a polícia, o rapaz ostentava em redes sociais e estava sempre com diferentes carros de luxo.

“Ele se diz amigo do PCC [Primeiro Comando da Capital, em São Paulo] e de policiais. Então ele levava capangas que, segundo algumas vítimas, podem ser policiais civis e militares. Dessa forma eles iam expulsando [as vítimas], até mesmo com o uso de armas”, destacou a delegada. 

As investigações contra a dupla começaram após uma vítima procurar a delegacia e contar que havia comprado um terreno, no valor de R$ 50 mil, com os suspeitos. Segundo essa pessoa, o valor foi pago, mas o lote não foi entregue.

Denúncias das fraudes foram feitas na Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil Foto: Divulgação/Governo

A vítima disse ainda que quando começou a cobrar da dupla sobre o terreno que havia comprado teve uma surpresa. Segundo ela, Luam foi até sua casa, acompanhado da mãe, que é policial civil. Ela teria ido ao local de viatura e ameaçado a vítima. 

De acordo com a polícia, depois dessa denúncia, vários outros casos envolvendo pai e filho foram descobertos. “Nós já ouvimos de 10 a 13 vítimas, que ouviram dizer que a gente estava investigando o Luam e o Paulo e vieram nos procurar. O Paulo tem prisão por estelionato desde 86. Então há mais de 30 anos a gente tem vários inquéritos contra ele. O Luam completou 18 anos há pouco tempo e tem inúmeros boletins de ocorrência dando conta disso”, ressaltou Rhaiana Bremenkamp.

Luam e Paulo tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Os suspeitos, no entanto, negam os crimes e alegam terem sido vítimas de uma armação.

O advogado da família, Lucas Giuberti, afirmou que os dois são investidores e donos de vários terrenos. Segundo o advogado, eles agiram dentro da lei.

“Até onde eu sei, eu tenho os contratos e todos os comprovantes de compra e venda dele e do pai dele, dando conta que por volta de 200 terrenos são legais. Sobre a expulsão, o terreno é da empresa deles e eles meramente pedem para as pessoas saírem. Quando as pessoas não saem, o certo seria uma reintegração de posse, uma desapropriação, e ele acabou entrando meio que na marra”, afirmou Lucas Giuberti.

Com relação às denúncias contra a mãe de Luam, que é lotada na 3ª Delegacia Regional da Serra, o processo foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil, que vai investigar o caso. “Nós tivemos relatos de algumas vítimas narrando essa participação dela. Há boletins de ocorrência que narram a mesma situação, de possíveis ameaças e interferências. Então no dia em que instauramos o inquérito, nós encaminhamos toda a documentação para a Corregedoria de Polícia, que vai apurar a conduta dela”, informou Rhaiana Bremenkamp.

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