Suécia tem poucos casos de Covid-19 e volta ao patamar registrado em março

Enquanto em parte da Europa os casos de coronavírus estão subindo em níveis alarmantes, a Suécia segue sua vida de forma quase normal. O país, que decidiu ir na contramão do continente e não adotou medidas severas de quarentena, agora parece estar colhendo os resultados. O nível de contaminações por lá bateu o recorde mínimo e chegou ao mesmo patamar registrado no início de março. A média semanal de novos casos no país escandinavo ficou em 108 nesta terça-feira (15) e somente 1,2% dos testes de Covid-19 realizados na semana passada deram positivo.

De acordo com o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças, a taxa de contaminações da Suécia está em 22 a cada 100 mil pessoas. No Reino Unido, por exemplo, a mesma taxa é de 59. Na Espanha, ela salta para 279 contaminações e na França para 158,5. Até mesmo na comparação com os vizinhos Noruega e Dinamarca, que tem sociedades e populações parecidas, a Suécia se sai bem. Os nórdicos adotaram uma postura que foi duramente criticada no início da pandemia, mas também acionaram medidas importantes de restrição.

As escolas ficaram abertas para a maioria dos estudantes — só os que tinham mais de 16 anos e universitários ficaram sem aulas. As reuniões e eventos com mais de 50 pessoas foram proibidas e os grupos de risco receberam orientação para ficarem isolados. Comércio, restaurantes e academias de ginástica permaneceram isolados e a utilização de máscaras não foi recomendada até hoje. O governo de Estocolmo contou com o bom senso da população para tentar conter o coronavírus.

Agora, é preciso ressaltar que a Suécia tem uma população de apenas 10 milhões de pessoas, mais ou menos do tamanho da cidade de São Paulo — e com alto nível de bem estar social, com o Estado muito presente na vida dos cidadãos em todos os níveis. Ou seja — fazer comparações até mesmo com outros países europeus é impreciso. E também é relevante ressaltar que muita gente morreu por Covid-19 por lá, principalmente no início da pandemia. A Suécia tem taxa de 574 mortes por milhão — o que é cinco vezes maior que a Dinamarca e 10 vezes mais que Noruega e Finlândia. Ainda é cedo para concluir se a estratégia do país realmente deu certo — mas é difícil acreditar que ela funcionaria em outros lugares do mundo.

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