O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se manifestou nas redes sociais sobre a decisão unânime da comissão especial da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) pela continuidade do processo de impeachment em sessão nesta quinta-feira, 17. “Recebo com respeito e tranquilidade a decisão da comissão da Alerj. Além da defesa por escrito, antes da votação em plenário farei a minha defesa presencial, demonstrando que não cometi crime de responsabilidade. Tenho confiança em um julgamento justo”, escreveu. “Venho sendo acusado sem provas e sem direito à ampla defesa, inclusive no STJ. A minha luta é pela democracia, é para que um governador eleito pelo povo possa prosseguir e concluir o seu mandato”, continuou Witzel.
O relatório, produzido pelo deputado Rodrigo Bacellar (SDD), recebeu votos favoráveis de todos os 24 deputados presentes na Alerj. O parecer necessitava de maioria simples para sua definição, com um quórum mínimo de 13 dos 24 membros (o deputado João Peixoto está licenciado, internado com Covid-19). Agora, o processo segue para a análise e votação de todos os membros da Casa, em plenário, onde precisa receber dois terços dos votos de todos os deputados, ou 47 votos, para ser aprovado. Se isso acontecer, Witzel é afastado pela Alerj.
Eleito com o discurso de combate à corrupção e a promessa de renovação política, Witzel é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar uma organização criminosa que movimentou propinas em um valor de R$ 554,2 mil, que teriam sido pagas por empresários da área da saúde ao escritório de advocacia da primeira-dama do Rio, Helena Witzel. O esquema envolveria compras fraudadas na área da Saúde em plena pandemia do novo coronavírus. Em uma publicação no Twitter, ele afirmou que “combateu o crime organizado e a corrupção que tentou se instalar no seu governo”. “Eu determinei a investigação dos contratos da Saúde e afastei os suspeitos. O linchamento político do qual tenho sido vítima deixará marcas profundas no RJ”, disse. A defesa de Witzel ainda sustenta que todos os atos do governador, depois que as suspeitas de irregularidades vieram à tona, “foram somente no sentido de contribuir com as apurações e proteger o erário”. “Ora, em que momento o cargo teria sido utilizado para interferir nas investigações, se estas vêm se desenrolando regularmente, sem que se possa imputar absolutamente nada ao mandatário?”, questiona.
Venho sendo acusado sem provas e sem direito à ampla defesa, inclusive no STJ. A minha luta é pela democracia, é para que um governador eleito pelo povo possa prosseguir e concluir o seu mandato.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) September 17, 2020
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