Teste de vacina belga contra Covid-19 será feito nos hospitais Conceição e Clínicas em Porto Alegre


Aplicações ainda não têm data para começar. No Conceição, qualquer pessoa acima de 18 anos pode participar. Só a fase 3 dos testes clínicos realmente diz se a vacina é capaz de prevenir a ocorrência de infecções
EPA
Os Hospitais Conceição e Clínicas realizarão os testes da vacina Ad26.COV2.S, criada pelo laboratório belga Janssen Pharmaceuticals. O estudo foi autorizado pela Anvisa em agosto. As aplicações em Porto Alegre ainda não têm data para iniciar.
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Segundo o chefe do Serviço de Infectologia do Conceição, Breno Santos, o hospital tem capacidade de receber até 2 mil voluntários. O teste não será restrito aos profissionais de saúde. O único pré-requisito é ser maior de 18 anos.
“O que nós não queremos é ter um viés de seleção. A vacina precisa ter a aplicabilidade generalizada, não está sendo planejada para proteção de uma parcela da população”, afirma.
A estrutura para a realização do teste, com equipamentos e funcionários, já está pronta no Conceição. Os participantes serão recebidos na tenda montada para atendimento de coronavírus, na sede da instituição. As doses da vacina, porém, ainda não chegaram.
Breno Santos estima que o estudo em Porto Alegre vá durar até quatro semanas.
A seleção dos participantes inicia assim que o comitê de ética do hospital liberar o estudo, o que ainda não tem previsão de data.
O Clínicas confirmou ao G1 que também realizará os testes, mas não deu mais informações.
Bons resultados nas fases anteriores
“É uma vacina produzida por engenharia médica, que produz a espícula do vírus como um antígeno. O corpo humano desenvolve anticorpos contra a espícula, que fica incapacitada de infectar uma célula, porque está recoberta de anticorpos”, resume Breno Santos.
O laboratório Janssen pertence ao grupo Johnson & Johnson. Segundo a Anvisa, é a quarta vacina a receber autorização para ser testada no Brasil.
Além do RS, participarão dos testes centros clínicos de Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Em todo mundo, mais de 60 pessoas participarão do teste. Os voluntários deverão receber uma dose única da vacina ou um placebo (substância inativa), para servir de grupo controle.
A determinação de quem recebe a vacina ou o placebo será feita de forma aleatória (randomizada), e nem os voluntários, nem os pesquisadores saberão quais pessoas receberam qual substância (esse tipo de estudo é chamado de “duplo-cego”).
As primeiras etapas (1 e 2) dos testes da vacina da Johnson começaram em julho, nos Estados Unidos e na Bélgica. Em um estudo com macacos publicado na revista científica “Nature”, uma das mais importantes do mundo, cientistas disseram que a vacina da empresa protegeu os animais do Sars-CoV-2 (o novo coronavírus) com apenas uma dose.
Existem outras três vacinas sendo testadas em última fase (a terceira) no Brasil: a de Oxford (inglesa); a da Sinovac (chinesa); a da BioNTech/Pfizer (alemã/americana).
Os testes da vacina Sinovac também acontecem no RS, pelo Hospital São Lucas, da PUCRS.
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