Nunca recebi proibição do Paulo Guedes, diz secretário sobre diálogo com Maia

O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, garante que o ministro Paulo Guedes não proibiu contato da equipe econômica com o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) ou com qualquer parlamentar. A afirmação acontece após o presidente da Câmara afirmar, na quinta-feira, 4, que um almoço com membros do grupo econômico teria sido cancelado por determinação do ministro. Ao contrário de Maia, o secretário diz que Guedes gosta de incentivar o diálogo com o Legislativo. “Nunca recebi nenhuma proibição do ministro Paulo Guedes. Pelo contrário, ele gosta de dialogar e debater. Nos últimos meses tenho ido dezenas de vezes para conversar com parlamentares. Aprovamos junto com o Congresso a nova lei do gás, por exemplo, e isso resultou de muito diálogo. É uma prática da nossa equipe de termos este tipo de diálogo”, diz.

A afirmação de Rodrigo Maia aconteceu após o governo federal entregar a proposta de reforma administrativa ao Congresso. Segundo o deputado, com diálogo proibido, o contato com a equipe econômica do governo será feito por meio do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. “Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes, ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo. Ontem [quarta], a gente tinha um almoço com o Esteves e com o secretário do Tesouro para tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à reunião”, respondeu Maia, ao ser questionado sobre o assunto. “Então, decidi que a relação da presidência da Câmara será com o ministro Ramos, e o ministro Ramos conversa com a equipe econômica, para não criar constrangimento mais para ninguém”, disse. Embora o secretário Carlos da Costa negue a proibição, o ministério da Economia não quis comentar o assunto.

Ainda em entrevista à Jovem Pan, o representante da equipe econômica reforçou os planos do governo para “melhorar o ambiente de negócios no Brasil”. Carlos da Costa destacou que desde o início da gestão de Jair Bolsonaro os negócios “tem melhorado muito”, mas afirmou que não “existe bala de prata” e que o governo está recuperando “quatro décadas de medidas de foram destruindo e inflando o governo”. O secretário citou o marco das startups como uma das propostas futuras do ministério da Economia e, ao mesmo tempo, como um “símbolo do diálogo” existente entre o ministério e o Congresso Nacional. “Isso vem sendo construído junto com o Congresso desde o ano passado. Vamos levar uma versão revisada e, assim, iremos melhorar o ambiente de negócios”, disse.

Para finalizar, ao ser questionado sobre a dificuldade de acesso ao crédito pelas empresas no programa Pronampe, que iniciou sua segunda fase na quinta-feira, Carlos da Costa ressaltou os impactos da pandemia e de “medidas que não funcionaram bem”. “O que fez com que muitas empresas quebrassem foi a pandemia no mundo inteiro, que fez com que a produção parasse. Algumas medidas não funcionaram bem porque é uma crise diferente das outras, em que aumentamos apenas a liquidez. Mas implementamos o maior programa de crédito para micro e pequenas empresas da nosso história. Em apenas um dia da segunda fase do Pronampe liberamos R$ 6,3 bilhões para as pequenas empresas”, disse. “Há um limite do que a gente pode fazer dado o tamanho da pandemia. Infelizmente, muitas empresas que estão sofrendo hoje vão continuar sofrendo. Por isso o retorno em ‘V’ [da economia] que já está acontecendo é fundamental. Não podemos segurar de forma exagerada bares, restaurantes, eventos e outros setores que precisam voltar a trabalhar, ou vamos ter um problema muito grande com pequenas e médias empresas desnecessariamente”, defendeu.

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