Opas não recomenda o uso de testes rápidos para Covid-19 em turistas recém-chegados


‘Resultado negativo não pode descartar uma infecção recente’, alerta Organização, que também demonstrou preocupação com a reabertura das escolas durante a pandemia 27 de abril – Estátuas são vistas com máscaras de proteção nas principais ruas do Recife, em Pernambuco. A campanha é uma ação da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer (Seturel) do Recife para conscientizar a população sobre a necessidade de usar máscaras como medida de proteção durante a pandemia do coronavírus
Rodrigo Baltar/Agência Pixel Press/Estadão Conteúdo
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) comentou nesta terça-feira (18) a retomada das atividades de turismo na região das Américas durante a pandemia. A entidade afirmou que os governos não devem confiar nos testes rápidos.
“O uso de teste rápidos para populações de turistas recém-chegadas pode causar uma falsa sensação de segurança”, disse o diretor de emergências da Opas, Sylvain Aldighieri.
“Um resultado negativo não pode descartar uma infecção recente”, alertou Aldighieri. “A Opas não recomenda o uso de provas rápidas para este tipo de situação.”
Para o diretor de emergências, medidas que ele chamou de não-farmacêuticas devem ser reforçadas durante todo o turismo, como lavar as mãos, usar a máscara em espaços públicos e manter distanciamento social, evitando qualquer aglomeração e locais fechados.
Para o diretor de emergências em saúde da Opas, Ciro Ugarte, as medidas não-farmacêuticas “devem ser medidas permanentes em qualquer lugar” e o uso de testes em locais como escolas não deve “baixar a guarda contra o vírus.”
Ugarte se mostrou preocupado com a reabertura de escolas em países com alta da pandemia.
“Os mais idosos da família, assim como os pais que são grupo de risco, serão os mais afetados [com a reabertura das escolas]”, disse Ugarte, uma vez que as crianças são grandes transmissoras do coronavírus.
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O diretor de emergências em saúde afirmou que os locais que tomarem a decisão de reabrir deverão considerar a situação “de uma criança saber que ‘por sua culpa’ [sinal de entre aspas] algum familiar se infectou e morreu.”
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Ainda durante a coletiva para apresentar a situação da pandemia nas Américas e Caribe desta terça, a Opas informou que o coronavírus continua avançando sobre toda a região.
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Brian Snyder//Reuters
“As Américas têm aproximadamente 13% da população mundial, mas até agora 64% das mortes globais foram oficialmente relatadas”, disse a diretora da Opas, Carissa F. Etienne.
Em toda a América, quase 11,5 milhões e mais de 400 mil pessoas morreram de coronavírus desde o início da pandemia, de acordo com os dados da Opas. Nas últimas 24h, a região registrou 105.642 casos e 2.296 mortes.
“Nossa região continua a suportar a maior carga de doença coronavírus globalmente, com 55% dos novos casos relatados na semana passada”, afirmou a diretora.
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“Os principais impulsionadores da contagem de casos são Estados Unidos e Brasil, mas agora estamos vendo uma tendência de crescimento em partes da região que estavam estáveis ​​há várias semanas, como o Caribe”, informou Etienne.
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