A pandemia não afeta o cronograma de obras para a despoluição do Rio Pinheiros e o Governo de São Paulo promete uma mudança radical na região. O conjunto de intervenções pretende reduzir o esgoto lançado em seus afluentes, melhorar a qualidade de suas águas e integrá-lo à capital. Na cidade mais rica do Brasil e da América Latina, e uma das mais importantes do mundo, parte significativa da revitalização não será vista diretamente ao longo do rio — mas vai mudar a vida de muitas famílias. É o que explica o presidente da Sabesp, Benedito Braga.
“Um 1,5 milhão a 2 milhões de pessoas que serão beneficiadas por essa inciativa. Não é só o Rio Pinheiros que vai estar melhor, mas as pessoas mais pobres e carentes que vivem na bacia serão mto bem beneficiadas em termos de saúde e bem estar.” A Sabesp vai investir R$ 1,7 bilhão em obras e 16 contratos foram assinados para a implantação de interceptores, redes coletoras, ligações, de esgoto e estações de tratamento. Essa mudanças vão gerar 4 mil empregos. “Um dos pontos importantes desse projeto é a mobilização social nas áreas informais, que é o grande desafio. Muitos imóveis jogam o esgoto diretamente no curso d’água, o resíduo sólido do lixo. E há todo um trabalho do projeto para que não façam esses atos.”
O Programa Novo Rio Pinheiros ressalta que, em razão de ser um rio urbano e com 25 quilômetros de extensão, a água não será potável e não tem possibilidade de natação. A expectativa é uma melhora sensível do odor, atração de vida aquática e um ambiente que possa trazer a população às suas margens opções de lazer, gastronomia e mirante — dentro de uma concessão ao setor privado de R$ 280 milhões. O presidente da Sabesp reconhece o prazo desafiador do cronograma. “A Sabesp é muito organizada, muito competente Não sou eu, não, é a Companhia. E vai dar conta do recado, sim.”
Cerca de 40 mil ligações já foram realizadas pela Sabesp. Paralelamente, a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) realiza a recuperação das margens do Pinheiros, aprofunda e retira o lixo do rio. Até o final 2020 deverão ser retirados 500 mil m³ de detritos no desassoreamento e 700 mil m³ no desaterro, equivalente a 480 piscinas olímpicas
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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